A culpa é do “custo médico hospitalar”, defendem-se as operadoras de saúde. As reclamações contra aumentos abusivos não param de subir, ao mesmo tempo em que mais gente abandona os convênios. Esse custo ganhou até um índice próprio. A "inflação médica", que em 2017 foi 3,4 vezes maior do que a inflação do dia a dia. Este ano, a previsão é de que o custo médico-hospitalar fique 15,4% mais caro.
Entre 2013 e 2017, esse custo saltou 89% de acordo com a Unidas (União Nacional das Instituições de Autogestão). Em 2013, por exemplo, uma consulta médica custava R$ 59,64 em média; em 2017, estava 37% mais cara, R$ 82,27.
Mas, afinal, por que esse “custo médico” sobe tanto ao ponto de criarem uma “inflação médica”, tão mais alta do que a de preços?
Duas das razões mais citadas pelos planos são as novas tecnologias e o envelhecimento da população.Mas pouca coisa infla mais o custo médico do que o envelhecimento da população. Nos dois últimos anos de vida, gasta-se com saúde o equivalente a 80% de tudo o que se pagou durante a vida. Esse custo acaba repassado ao preço final.
Corrupção e fraudes
No ano passado, a soma das internações, exames e consultas feitas por usuários dos planos chegou a R$ 145,4 bilhões.Deste valor, 19% corresponderam a desperdícios e fraudes, ou R$ 27,8 bilhões, informa estudo da Iess (Instituto de Estudos de Saúde Suplementar). Em 2016, as fraudes chegaram a R$ 14 bilhões. Os desperdícios com consultas e examesmédicos desnecessários somaram R$ 13 bilhões, diz pesquisa da consultoria espanhola Advance Medical Group.
A cada dez exames, quatro são repetidos ou desnecessários. As especialidades com mais pedidos dispensáveis são ortopedia (30%), oncologia (18%), endocrinologia (11%), neurologia (11%) e reumatologia (30%).
Ainda em 2016, foram realizadas 218,3 mil consultas médicas via plano de saúde em todo o país. Metade não era necessária, segundo o levantamento. Outro golpe comum é pedir uma dosagem de medicamento acima do utilizadoou recomendar uma órtese ou prótese sem necessidade.
Um caso emblemático ganhou as manchetes em 2015, quando a Polícia Federal investigou o que ficou conhecido como máfia das próteses. Em um esquema milionário, médicos chegaram a embolsar R$ 100 mil por mês recomendando cirurgiasdesnecessárias para implante. A conta era repassada aos planos médicos, que dividiam o prejuízo com seus clientes.
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Fonte: https://www.uol/noticias/especiais/plano-de-saude-preco-alto.htm